Retrospectiva 2025: atuação da PGE/SC blinda o Estado com impacto positivo de pelo menos R$ 60 bilhões e bate recordes de produtividade

Estratégia focada em teses de grande vulto, conciliação e garantia da segurança jurídica evitou colapsos fiscais, enquanto a revisão minuciosa de processos gerou uma economia direta de R$ 192 milhões em valores que deixaram de ser gastos indevidamente

A Procuradoria-Geral do Estado de Santa Catarina (PGE/SC) encerrou 2025 com resultados expressivos. A advocacia pública de excelência praticada pelo órgão culminou na defesa do patrimônio público e dos interesses de todos os catarinenses. A repercussão financeira positiva ultrapassou os R$ 60 bilhões e contempla a recuperação de recursos, economia de dinheiro público e redução de valores a serem pagos pelo Estado em processos judiciais.

Para o procurador-geral do Estado, Marcelo Mendes, os números de 2025 refletem uma mudança de patamar na atuação institucional, onde a técnica jurídica serve como alavanca para o desenvolvimento.

“Encerrarmos 2025 com uma Procuradoria que atua em três frentes vitais: a proteção macroeconômica, a defesa da segurança jurídica e a eficiência administrativa. De um lado, combatemos teses aventureiras que custariam dezenas de bilhões de reais ao contribuinte. Do outro, nossos procuradores e servidores revisaram cada centavo cobrado do Estado, garantindo que recursos não sejam desperdiçados em pagamentos indevidos e possam, assim, ser convertidos em políticas públicas de qualidade. Afinal, proteger o patrimônio dos catarinenses é, em última análise, assegurar que existam meios para investir na saúde, na segurança e na infraestrutura que a população exige”, avalia Marcelo Mendes.

A maior parcela desse impacto financeiro provém da defesa qualificada em litígios de alto risco. A atuação estratégica da PGE/SC neutralizou um potencial passivo superior a R$ 50 bilhões em processos envolvendo empresas que tentavam quitar débitos de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) utilizando debêntures da extinta Invesc. O assunto já foi discutido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5882.

Na Suprema Corte a PGE/SC também obteve outra decisão importante sobre os chamados “campos de altitude”. Ao defender a constitucionalidade do Código do Meio Ambiente, a Procuradoria protegeu cerca de R$ 10 bilhões do PIB da Serra Catarinense e preservou 200 mil empregos, evitando ainda uma queda estimada de R$ 400 milhões na arrecadação.

Procurador-Geral do Estado Marcelo Mendes faz sustentação oral no Órgão Especial do TJSC, que confirma validade de normas estaduais que regulamentam a transferência de créditos de ICMS – Foto: Felipe Reis/Ascom PGE/SC

Outra vitória com impacto bilionário foi obtida na última sessão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) no ano de 2025. Após ouvirem a sustentação oral do procurador-geral do Estado, Marcelo Mendes, os desembargadores decidiram, por unanimidade, confirmar a validade das normas estaduais que regulamentam a transferência de créditos acumulados de ICMS por empresas exportadoras e a legalidade do parcelamento em 18 meses para o aproveitamento desses créditos pelos compradores (cessionários). A decisão é estratégica para o equilíbrio das contas públicas, já que uma eventual derrota jurídica para Santa Catarina abriria precedente para outras 132 ações semelhantes em tramitação e a retirada imediata de mais de R$ 1,5 bilhão do Tesouro Estadual.

Economia com a revisão de cálculos

Além do impacto financeiro bilionário obtido na defesa desses e de diversos outros assuntos nos tribunais, a minúcia técnica da Procuradoria foi responsável por fazer um “pente-fino” em mais de 31 mil processos e impedir o pagamento indevido de mais de R$ 192 milhões. Por meio da Secretaria de Cálculos e Perícias (Secap), setor vinculado à Diretoria de Apoio Técnico (Ditec), foram analisados os apontamentos feitos por pessoas físicas e jurídicas em processos movidos contra o Estado. Esse trabalho é importante pois, caso as contas não sejam revisadas, podem resultar em pagamentos maiores do que o devido. O impedimento da cobrança de valores incorretos ou exagerados viabiliza a permanência de recursos nos cofres públicos para aplicação em políticas finalísticas.

Cobrança da dívida ativa e recuperação fiscal

A atuação da Procuradoria Fiscal (Profis) na recuperação de valores devidos ao Estado em 2025 resultou na arrecadação de mais de R$ 800 milhões. Além disso, a área focou no aprimoramento dos instrumentos extrajudiciais de cobrança e na otimização da atuação em execuções fiscais judiciais. Mais de 60 mil títulos foram protestados, o que resultou na recuperação de outros R$ 200 milhões – um impacto total de R$ 1 bilhão só na área fiscal.

Adotando práticas de inteligência jurídica e fiscal – como a atualização do piso para abertura processos de cobrança da dívida ativa para R$ 65 mil -, a PGE/SC dedicou-se aos processos de grande relevância econômica e ajuizou 4 mil execuções fiscais ao longo do ano – que representam R$ 2,7 bilhões em débitos de ICMS. De outro lado, em colaboração com o TJSC, foram encerrados cerca de 40 mil processos de baixo valor ou de tramitação economicamente inviável – casos em que os custos do andamento da ação são maiores do que o valor a ser recuperado. Isso não significa, porém, que as dívidas serão perdoadas; a cobrança continua, mas exclusivamente na esfera administrativa, desonerando o Poder Judiciário e concentrando a força de trabalho em litígios de maior potencial arrecadatório.

Outros marcos fundamentais foram a instituição de novos e modernos mecanismos de cobrança, refletindo o compromisso com a inovação jurídica na área fiscal: a Portaria GAB/PGE 128/2025, que instituiu o Negócio Jurídico Processual (NJP); e a aprovação da Lei 19.398/2025, que após regulamentação vai estabelecer novas bases para a negociação e parcelamento de débitos extrajudicialmente.

O procurador-chefe da Profis, Ederson Pires, destaca que estes instrumentos “solidificam novas e mais flexíveis formas de aprimorar a recuperação do crédito público, adaptando-se às melhores práticas do Direito Tributário moderno”.

Além de arrecadar e economizar, a atuação da PGE/SC garantiu a entrada de novos recursos e agilizou pagamentos. Entre os resultados, destacam-se a homologação do acordo dos royalties do petróleo, que representa o ressarcimento de R$ 365 milhões para Santa Catarina pelo Paraná por meio de obras de infraestrutura no Norte catarinense; o repasse de R$ 16 milhões da União ao Estado referente a processos de medicamentos; e a injeção de mais de R$ 210,5 milhões na economia catarinense por meio das Requisições de Pequeno Valor (RPVs) pagas a credores da Administração Pública.

Aumento da produtividade e a importância da conciliação

Com uma demanda judicial crescente, a PGE/SC registrou a entrada de 197.711 novas ações contra o Estado em 2025 — um salto expressivo em comparação aos 147 mil processos registrados em todo o ano anterior. Para enfrentar esse volume massivo de litígios e gerir um estoque global que beira 1,5 milhão de autos, o governador Jorginho Mello autorizou a posse de 22 novos procuradores ao longo do ano. Mesmo com o reforço, que elevou o quadro para 128 membros na ativa , a carga de trabalho individual permanece em patamares elevados, com uma média de 11.698 processos sob a responsabilidade de cada procurador. Com uma gestão orientada por dados, a PGE/SC registrou um aumento de 12,04% na produtividade dos procuradores do Estado e servidores, conforme dados apurados pelo Escritório de Processos, Projetos e Estratégia (Eppe). Cerca de 680 mil peças jurídicas foram finalizadas em 2025, frente a cerca de 600 mil no ano anterior.

Esses números evidenciam a importância das ações voltadas à desjudicialização e à conciliação. Na área da Saúde, um dos maiores gargalos do Estado, a estratégia de prevenção de litígios surtiu efeito imediato. O Núcleo de Ações Repetitivas de Assistência à Saúde (Naras) registrou uma queda de 28,10% no ajuizamento de novas ações: foram 11.386 novos processos em 2025, contra 15.835 no mesmo período de 2024.

Defesa da segurança jurídica e contribuição na construção de políticas públicas relevantes para os catarinenses

O trabalho da Procuradoria-Geral do Estado também passou pela defesa da legalidade de normas, decretos, leis e outros atos normativos promovidos pela Administração Pública catarinense. Essa atuação é fundamental para garantir a segurança jurídica e evitar situações que, se não revertidas judicialmente, podem prejudicar o ordenamento legal e o bem comum.

Dentre as conquistas relevantes ao longo de 2025 estão o acolhimento, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) da tese catarinense de que apenas a vegetação que cumpre função específica de “fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues” ou que esteja em “faixa mínima de 300 metros medidos a partir da linha preamar máxima” pode ser considerada Área de Preservação Permanente (APP) – e não toda e qualquer restinga, como pretendia o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em ação que tramitava desde 2012. Se avançasse, a Ação Civil Pública (ACP) das restingas poderia trazer graves prejuízos socioeconômicos para o Estado e outras 17 unidades da federação.

Bioma de restinga ocupa mais 68 mil hectares do território no litoral catarinense – Foto: Mateus Spiess/Ascom PGE/SC

Também graças à atuação jurídica da PGE/SC as carreiras ligadas à Segurança Pública conquistaram o direito à paridade e à integralidade na aposentadoria de milhares de servidores – incluindo policiais civis, penais, peritos oficiais e agentes socioeducativos – que ingressaram no serviço público entre 1º de janeiro de 2004 e 29 de setembro de 2016. No caso, a Procuradoria fez um minucioso trabalho de despacho com magistrados e entrega de memoriais – documentos técnicos que detalharam a robustez jurídica da legislação estadual.

Iniciativas do Governo de Santa Catarina que foram questionadas no STF por meio de ADIs – Ações Diretas de Inconstitucionalidade – também puderam ser implementadas após o trabalho dos procuradores e servidores do órgão central de serviços jurídicos de Santa Catarina. Um dos destaques foi o resultado em favor do Decreto 426/2023, que instituiu o Programa Estadual das Escolas Cívico-Militares. “A norma foi editada dentro da legítima competência normativa do chefe do Poder Executivo catarinense”, afirmou a PGE/SC a respeito da instituição do programa que busca promover a melhoria da qualidade da educação básica, especialmente em regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

A atuação consultiva da PGE/SC passou por uma reestruturação estratégica em 2025, resultando em maior especialização e celeridade. A Consultoria Jurídica (Cojur) processou 1.636 demandas, concentrando-se em análises de alta complexidade, como projetos de lei, decretos e processos disciplinares. O grande diferencial do ano, contudo, foi a criação do Núcleo de Licitações e Contratos (Nucont) em março. A nova estrutura absorveu o fluxo intenso de compras públicas de mais de dez secretarias, registrando 1.866 processos e emitindo 1.501 pareceres. Somadas as duas frentes, a área consultiva da PGE/SC ultrapassou a marca de 3.500 atuações, garantindo a legalidade administrativa com agilidade.

Essa segurança jurídica foi o alicerce para viabilizar entregas transversais que impactam diretamente a população e o desenvolvimento econômico. A análise técnica dos procuradores permitiu tirar do papel programas variados, como o VOA+SC, de incentivo ao transporte aéreo regional, e o Projeto Pesca Segura, que viabilizou a doação de geolocalizadores para pescadores artesanais. A atuação da PGE também assegurou o avanço do Polo Inova SC, fomentando a tecnologia, e do Programa Pet Levado a Sério, voltado ao bem-estar animal, demonstrando que a advocacia pública está presente em todas as pontas da gestão governamental.

Cuidar de quem cuida: PGE/SC investe em bem-estar interno e solidariedade reflete na sociedade catarinense

Ao longo de 2025, o Núcleo de Eventos e Apoio às Relações Públicas (Nearp) da PGE/SC consolidou uma política de valorização humana que foi muito além das rotinas jurídicas. Com um olhar atento ao bem-estar de procuradores, servidores, estagiários, residentes e terceirizados, o setor coordenado pela servidora Patrícia Ferreira promoveu momentos de integração e saúde mental, como a celebração do Dia do Servidor, que trouxe a palestra do escritor Junior Rostirola, e o encerramento do Mês da Mulher, marcado pela roda de conversa “Histórias que inspiram” com a vice-governadora Marilisa Boehm. O calendário de ações voltadas ao público interno incluiu ainda a troca de experiências entre a gestão e os novos talentos em um encontro especial para estagiários, e culminou em uma celebração ecumênica de fim de ano com a presença do Padre Fábio de Melo, reforçando o senso de unidade e pertencimento na “segunda casa” dos colaboradores.

PGE/SC liderou campanha de arrecadação de brinquedos para as Salas Lilás da Polícia Civil – Foto: Mateus Spiess/Ascom PGE/SC

Essa mobilização interna, no entanto, gerou frutos que transbordaram o ambiente institucional e impactaram diretamente a sociedade catarinense. O espírito de união fomentado pelos eventos inspirou uma massiva campanha solidária em que a PGE/SC arrecadou e doou 1.741 brinquedos para as “Salas Lilás” da Polícia Civil. A iniciativa beneficiou diretamente crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência que são acolhidas nestes espaços, provando que o investimento na humanização do serviço público não apenas melhora o clima organizacional, mas potencializa a capacidade dos servidores de servirem e ampararem a quem mais precisa fora do órgão.

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