A economia brasileira avançou 1% no primeiro trimestre de 2022 em comparação com os últimos três meses do ano passado, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na quinta-feira (2).
Essa alta foi influenciada, em especial, pelo segmento de “outros serviços”, que engloba serviços como a rede hoteleira e os bares e restaurantes.
O setor hoteleiro foi impulsionado, neste ano, principalmente por datas como o Réveillon e o Carnaval. Segundo a Federação Brasileira de Alimentação e Hospedagem (FBHA), a flexibilização das medidas restritivas contra a Covid-19 beneficiou a categoria.
“Houve uma necessidade de as pessoas saírem do isolamento por conta da saúde mental, gastos seletivos no lazer por aqueles que mantiveram a renda e a procura por fins de semana para serem aproveitados com a família”, disse o presidente da Federação, Alexandre Sampaio.
“Apesar da inflação, os preços dos hotéis e restaurantes ainda estão competitivos, face às passagens aéreas. Os feriados, a alta temporada de janeiro até o carnaval, junto com as férias escolares, representam grande parte desta demanda reprimida que não foi aproveitada pelas viagens”.
Para ele, a expectativa para os próximos meses é boa para a rede hoteleira. E, mesmo com o retorno dos casos de Covid-19, o setor precisa continuar conciliando o recebimento dos turistas e as medidas sanitárias para não ter prejuízos. “Imaginamos que o verão do ano próximo recuperaremos plenamente o movimento pré-pandemia”.
Em relação aos bares e restaurantes, Sampaio indica que se estima uma queda de 50% a 70% nos prejuízos financeiros com relação ao período pré-pandemia. Para ter um comparativo, o presidente da FBHA mencionou o Carnaval, que é responsável por 30% de todo o faturamento do turismo em fevereiro.
O presidente da ABIH-RJ e do HotéisRio, Alfredo Lopes, informou que o setor teve um grande impulso a partir do final do ano, quando o réveillon de 2022 bateu uma ocupação de 92%. Já o carnaval de fevereiro, foi de 82%.
Lopes frisa que o segundo semestre deste ano será focado ainda no mercado nacional, já que o internacional está com uma retomada lenta. Entretanto, o presidente diz que há uma esperança para este ano.
“Esse carnaval, que foi prorrogado para abril, gerou uma alta temporada para o Rio. Tivemos janeiro, fevereiro, março e abril com alta ocupação e sem dúvida nenhuma deu uma refrigerada no setor. Agora estamos com ocupações elevadas nos finais de semana”, analisa.
Para o economista da CNC, Fabio Bentes, o setor hoteleiro está entre os que cresceram acima da média.
“Ele é um dos setores que compõem o grupo outros serviços e que certamente contribuiu para o destaque do PIB no primeiro trimestre. Risco a dizer que ele está entre esses serviços que cresceram acima da média”, diz Bentes.